domingo, 26 de agosto de 2012

Desabafos

Era uma vez uma menina J. que estava na creche, na sala dos bebés, com uma educadora S. Neste momento a menina tem 13 meses e assim que andar irá para a sala seguinte e ficará aos meus cuidados. A educadora S. estava preocupada porque a menina ainda não andava, não se colocava em pé e era "preguiçosa" pois nem gatinhava para tentar alcançar brinquedos. A educadora S. chegou mesmo a chamar a mãe da menina para conversarem sobre o facto da menina colocar o pé de lado. (??)

Em pouco tempo percebi que a J. fazia as suas gracinhas sem nós vermos, assim que se sentia observada parava. Percebi que ela não era "preguiçosa" mas que precisava de se sentir segura, de ganhar confiança para se aventurar à descoberta da sala e dos brinquedos que estavam mais longe. 
Confiei nas palavras da mãe quando dizia "mas ela em casa gatinha e apoia-se nas mobilias.."

Eu estou com essa menina há menos de duas semanas e a menina gatinha a sala toda, chama-me com a sua mão para que eu a ajude a levantar-se e lá vamos nós percorrer a sala toda, gatinha até à mãe quando esta chega ao final do dia, de manhã abre os braços para mim quando sai do colo da mãe (para espanto da mãe, pois "ela chora sempre")  e na 6a feira chorou quando me viu a sair da sala.

As pessoas da creche olham para esta menina e dizem "ahhh, ela está tão diferente! Já corre tudo.." e eu sorrio. Não refiro o trabalho (ou a falta dele) da outra educadora. Mas acho que não é presunção minha achar que a J. deu este salto no seu desenvolvimento porque eu lhe criei condições para tal. 

2 comentários:

Soph disse...

A isto chama-se RELAÇÕES! *

Inês disse...

Criar laços é a base de tudo. A segurança afectiva constitui um alicerce fundamental para o investimento cognitivo de qualquer criança. Boa Cat :) ***